5/15/2006

Lá vem outro

Porquê um blog mais? Porquê acrescentar mais uma voz rouca ao incessante latir de esfomeados da fama, indigentes do papel, ausentes da ribalta?

Os weblogs, perdoem-me a soberba, não passam de graffitti virtual, uma forma de expressão de quem muitas vezes nem sequer se apercebe de não ter nada para dizer.

São um fenómeno da massificação das potencialidades comunicacionais. Como em tudo, a abundância gera redundãncia e, consequentemente, mesmidade e desinteresse.

Mas também pequenas pérolas reluzentes, algumas notas dissonantes, umas poucas ossadas de valor histórico ou social que espreitam aqui e ali, de sob o solo ressequido e infértil.

Como escrevia Aldous Huxley, a diferença entre a ficção e a realidade é a proporção de pessoas interessantes. Na ficção há muito mais pessoas interessantes do que na realidade.

A blogosfera reflecte isto de forma cabal: muito se diz, mas muito pouco interessa.

Aos exploradores, desbravar este terreno, aos inconscientes, exporem-se à crítica.

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